quinta-feira, 26 de novembro de 2009



“Na cinza das horas”


Ao som de “Vambora”, na voz de Adriana Calcanhotto.


Mais uma vez os grãozinhos luminosos escapam pelas mãos, fluídos incontidos pelo desejo incessante de que ficassem, de forma simples, sem a cobrança de tudo e de todas as horas. Angústia!
Essa seria a palavra.
O que eu queria era que ficasses. Mas como se a única coisa que consigo é deixar-te chateado, infeliz?
Entra! Eu te permito entrar para que eu também consiga penetrar-me. Só você pode me ajudar. Ama-me com os meus defeitos. É só o que te peço. É muito? Fica mais um pouco e esquece que está chovendo lá fora. Está tarde, e a única coisa que resta é essa solidão. O tempo está passando, ouve o meu chamado. Não me ignores! Não faça como todos. Não faça como eu mesma, amiúde, distraidamente...
Está doendo, e a única coisa que resta neste momento são as cinzas de cigarro e uma taça de vinho quente. Ensina-me as palavras que eu devo usar, sem te ferir nunca. Ensina-me a expressar o que sinto. Sou camuflada. Não fica em silêncio. Fala alguma coisa. Eu só tenho 2 minutos, e as palavras estão fugindo, estão escassas como os nossos momentos juntos. Não deixa que eu fuja. Eu cansei de fugir. Cansei de estragar. Cansei de ser eu: indecifrável para mim. Vem! Não me olha desse jeito. Meu tempo acabou, mas gostaria que soubesses...
Eu não quero te perder.


Edilane Ferreira
27 de novembro de 2009.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

UM CONTO, NÃO CONTO!

DEVANEIOS FILOSÓFICOS CONTURBADOS DISTORCIDOS


Lúcia. Era assim que a chamavam e que ela estava acostumada a atender, a esquivar-se e não conseguir imaginar-se diferente de Lúcia, a Lúcia, sou Lúcia, e se me chamasse Thereza? Seria eu Lúcia?
Lúcia estranha para si mesma, vivia abstraída em lugar nenhum. O que está pensando Lúcia? Em tudo e em nada. Penso coisas que não sei que estou pensando não consigo atingir meus pensamentos, corro e eles correm mais, são tão desarticulados encontram curvas no caminho e lá penetram, encontram buraquinhos onde se escondem e eu não consigo encontrar, procuro, procuro e nada.. as vezes encontro pedacinhos desconexos e ai quando vou reproduzir o que encontrei, creio que falo do mesmo modo que os encontro, na forma de palavras distorcidas que ninguém entende. Mas amo tanta as palavras, por que elas fogem de mim?
Fogem não Lúcia, elas estão ai.
Lúcia quer ser tudo e fazer tudo ao mesmo tempo. Lê duas, três, quatro coisas ao mesmo tempo e não conclui nenhuma, assiti, ouve música, canta e pensa um turbilhão de coisas concomitantemente. Lúcia quer ser professora, jornalista, advogada, psicóloga, filósofa ...
Eita Lúcia! Com já disse Schopenhauer a vontade não faz parte do consciênte, a vontade não é inteligível, por isso Lúcia tem tantas vontades assim. Tu não sabes Lúcia que fazer tanta coisa ao mesmo tempo acaba não fazendo nenhuma direito? Lúcia sempre esquece o que ia falar... tava pensando em alguma coisa, mas agora estou ocupada procurando esta coisa em algum buraquinho do meu consciente ou inconsciente (vai saber! nessa cabeça louca que Lúcia possui), que teima em se esconder e eu teimo em procurar.
Lúcia é preciso objetividade, a objetividade é a plenitude da concretização. Mas amo tanto a subjetividade, é ela quem torna as coisas ímpares na sua essência.
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sexta-feira, 29 de maio de 2009


"Blogger criado com o intuito de expor o meu grandioso amor pela literatura. Aqui pretenderei publicar e expor todas as vicissitudes e devaneios que emergirem de mim, assim como, todo o meu prazeroso estudo do mundo literário nos seus variados modos de expressão que a cada dia me encantam mais."



(Edilane Ferreira)

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